domingo, 14 de novembro de 2010

Meu querido marinheiro

Meu querido marinheiro,


Quanto tempo faz? Cinco, dez, quinze anos? Mas isso não importa. 
O que importa é o que eu quero te falar nessa carta.
Você se lembra do dia em que nos conhecemos?
Eu estava andando na praia quando vi você sentando na areia olhando o mar, resolvi me aproximar.
Eu disse "Oi, posso me sentar aqui?". 
Você me ignorou, mas eu sentei mesmo assim. Ficamos em silêncio durante um tempo, até que você perguntou "o que quer aqui?". E respondi "É triste ficar olhando o mar sozinho", você me respondeu "Vá embora".
"Não" foi o que eu disse e continuei lá. 
O silêncio entre nós durou até o pôr-do-sol. Quando o sol foi engolido pelo mar eu me levantei para ir embora, mas antes que eu pudesse ir você segurou a minha mão e pergunto "Por que? Por que ficou aqui comigo até agora?".
Apenas respondi novamente "É triste ficar olhando o mar sozinho", virei-me e sai andando.
No dia seguinte eu fui caminhar na praia e novamente você estava lá.
Apenas acenei com a mão e continuei caminhando, até que parei por um instante quando senti você segurar a minha mão. Virei-me olhando para você e você me disse "É triste caminhar na praia sozinha".
Caminhamos pela praia juntos. Mas ao invés de ficarmos em silêncio nós conversamos.
E foi assim dia após dia. Um pôr-do-sol após o outro.
Até que percebemos que estávamos apaixonados.
Mas havia um problema. Você amava o mar e eu não podia sair da terra, mas mesmo assim tínhamos que tentar.
Fui com você em suas viagens pelos mares, o acompanhei em suas aventuras e assisti suas batalhas. Mas o tempo foi passando e eu não estava aguentando mais te ver em perigo, não saber onde iríamos, não saber o que aconteceria amanhã, era tudo muito cansativo para mim. Quase como se eu estivesse sufocando.
Você percebeu que eu não estava bem, então para tentar me ajudar você decidiu voltar a terra.
A volta me ajudou, mas você começou a se sentir como eu me sentia no navio, sufocado, cansado. Como se tivesse perdido uma parte sua.
Foi então que eu descobri, não poderíamos ficar juntos sem que uma parte de nós sumisse.
Seu lugar era no mar e o meu na terra.
Nossos mundos eram diferentes.
Então para o nosso bem eu tive que partir.
Eu não queria que fosse assim.
Eu não queria que aquele homem que conheci na praia, que se tornou meu grande amor, meu aventureiro que não conhecia limites, que vivia intensamente, as vezes meio rabugento, briguento, pavio curto, carinhoso, romântico sumisse. 
Assim como você também não queria que a mulher por quem você se apaixonou sumisse.
Seu coração está no mar e o meu está na terra.
Eu sei que ao fazer isso muitas promessas serão quebradas, mas para que não desapareça, meu amor, por favor vá.
Eu sempre terei um lugar para você no meu coração, sempre. 
Viva meu amor. Você ira encontrar alguém que seja como o mar, que possa ficar ao seu lado para sempre. 
Ao contrário de mim.
Eu quero que seja feliz.
Da sempre sua,


Angelin








O que eu posso dizer? 
Eu estava indo me deitar quando tive essa idéia, então eu tive que vir escrever.
Fazer o que? Eu sou assim.


A foto desse post eu peguei no DeviantART. Quem tirou foi VioletSun.
Vou deixar aqui o link dela e da foto.
Link:VioletSun
Link da foto: Twilight


Até a próxima



Um comentário:

  1. muito bonita a história, mas também muito triste mas quem ama não aprisiona, solta, libera. é melhor guardar a lembrança de um grande amor do que ficar com este amor e perde-lo para a insatisfação do dia a dia..

    Parabéns !!!!!


    bjus

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